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  • Foto do escritorRenata Juliotti

A gordinha da família


Eu e minha mãe linda. Falei que eu a gordinha da família!

Sempre tive o título de gordinha da família (não que me importasse tanto). Minhas fotos de criança são prova disso. Sou a filha mais velha de duas, minha irmã sempre foi magra (genética pode ser confusa às vezes). Meu pai foi o último a se casar dos doze irmãos, então, antes da minha irmã nascer, eu era a caçula fofinha.


Minhas bochechas sempre foram atração. Era chegar e uma tia ou primo mais velho vinham “apertar à bochechinha fofinha”. Convenhamos quem nunca passou por isso, não é? Mas, eu odiava! Imagino o que o Kiko sentia nos episódios de Chaves.


Os padrões de beleza que a sociedade estabelece geram muitos tabus no convívio social. Não vamos entrar muito no mérito de padrões neste texto, mas como as pessoas precisam de um parâmetro de comparação, de padronização.


Meus familiares sempre me comparavam com outras meninas da família. As primas magras ou mesmo não tão gordas como eu era. Essas sim são o reflexo de menina saudável e bonita. Ouvi muito: “Você tem um rosto tão bonito, porque não tenta emagrecer pra ficar mais bonita ainda?”. E mesmo criança eu me perguntava, mas porque eu deveria?


E não devo! Não preciso ser magra para ser bonita, não preciso ser magra para ser saudável. Existe sim um risco na obesidade, mas se esse não for o caso, é puro padronismo.

Sempre fui criticada dentro do convívio familiar sobre meu peso, mas isso não me afeta mais. Por anos me senti o patinho feio entre minhas primas e amigas, recuada com os comentários gordofóbicos e preconceituosos. Hoje me sinto livre para ter o corpo que me deixa feliz.


Ser a gordinha da família não é tão ruim assim. Não enquanto você estiver bem com você.


Meu foco é no produto e não na embalagem.

Dito isso, me concentro em ser uma boa filha, sobrinha, prima ou irmã e não em ser a mais bonita da família.

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