top of page
  • Foto do escritorRenata Juliotti

Romance na internet - A série

Em uma série de cinco posts vamos discutir como a gordofobia está presente no meio virtual e, mais especificamente, nos sites de relacionamento.



Como é para uma gordinha lidar com a questão da imagem nos Apps de paquera?

Costumo dizer que hoje em dia vivemos romances fastfood: rápidos, sem muito apelo emocional, muito mais carnal e impessoal. Poderíamos, talvez, culpar o excesso de tecnologia e a falta de preparo para lidar com ela? O advento das redes sociais ou o mal uso delas? Talvez todas as alternativas acima, e entre outros motivos que afastam, cada dia mais, o homem do seu lado humano.


Na internet esse fato é ainda mais incontestável. Basta acessar um aplicativo de paquera, Tinder, Happn, Facebook Dating, Badoo, POF, você escolhe, as opções são extensas. Lógico que esta pessoa que vos escreve já se aventurou em todos esses Apps. A impressão é a mesma. Mulheres que leem esse texto (provavelmente) concordarão.


Como é ser mulher nesses aplicativos?

Enquanto muitas internautas se aventuram no faroeste virtual em busca de um romance, uma paixão, de repente encontrar alguém bacana para dividir os perrengues dessa vida, os homens (pelo menos em sua grande maioria), encaram como uma oportunidade de transar e nada mais. O tal pegar sem se apegar, certo?


Claro, hoje em dia a mulherada descolada e moderna também pode estar nos Apps apenas em busca de uma boa transa, mas cá pra nós ladies, será que nosso ego feminino e eternamente romantizado consegue lidar com uma vida de one night stand (uma noite apenas?) Se você se identifica com esse pensamento, parabéns!


Tenho que admitir que sempre entro e saio desses apps com o único intuito de me satisfazer sexualmente. Pelo menos é o que eu tento acreditar. Na real, bem lá no fundo eu espero encontrar essa pessoa bacana, compatível, match ideal. Se é que existe, não é mesmo?


Expectativa e realidade não dão match para nós gordinhas.

A justificativa mais sincera para eu utilizar os Apps de paquera é justamente o preconceito. Eu quero encontrar uma pessoa que goste de mim por quem eu sou e não pela minha aparência. Sei que existe um certo “julgamento” quando estamos conhecendo pessoas, mas quero ser julgada pela minha capacidade mental e emocional de satisfazer alguém e não pelas minhas curvas.


Por isso é tão difícil para uma pessoa gorda se relacionar com alguém que ela conhece pessoalmente no barzinho, na balada, em um evento qualquer. Ela já é “julgada” de cara. Pelas gordurinhas marcadas pelo jeans skinny, a barriguinha que aparece no vestido preto (porque essa é a cor que emagrece né rs), pelo tamanho diferente das outras garotas, que passam horas na academia buscando o corpo que os outros querem ver.


A dificuldade é a questão da imagem, que acaba se tornando preconceito, gordofobia.

Já na internet, por mais que tenham fotos (mais selfies porque não somos obrigadas a mostrar nosso corpo pra todo mundo ver, né gata?), as pessoas precisam interagir para se conhecerem, ela exige o mínimo de diálogo.


Aí reside a esperança de sermos notadas por nossa personalidade, inteligência e simpatia. Até você se deparar com o cara escroto que logo de cara vai pedindo mais fotos suas, fotos de corpo inteiro e até nudes (se ele ainda não pediu, calma que ele chega lá rsrs).


Quando menos perceber já faz parte dessa teia magnética de atração virtual. Após algumas fotos mais reveladoras do seu corpo real (vestida tá miga), o cara escroto faz a pergunta que nem deveria pensar em formular: “Ah você é gordinha...? Já pensou em ir para a academia? Eu conheço uma pessoa que emagreceu e blá blá blá” (já subiu a raiva só de lembrar).


E tem aquele que finge gostar de gordas, mas nem entende o que isso realmente significa: “Adoro gordinhas, gosto de ter onde pegar... Fofinha”. Meu querido, eu não sou almofada pra ficar pegando não. (affiiiii)


Quem nunca passou por situações como essas? Vamos discutir como passamos por importantes processos que são prejudiciais para nossa saúde mental e emocional. Negação, a busca pela aceitação, autodepreciação, conformidade e bloqueio emocional.


Vamos descobrir juntas o caminho para o fim do arco-íris?

8 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page